Três tapas no solo
Não me peça para dar um passo de cada vez. Eu corro.
Amor, eu também nasci com asas e amo voar sem limites.
Não tente me implantar freio ou coisa assim. Não rola.
Deixe minhas rédeas soltas, pois sou indomado.
Jamais jogo a toalha. Vou até o fim da luta e ganho.
Pouco me importa que o sangue escorra e a dor seja aguda.
Não interessa se minha pele fica nas tuas unhas, nos teus dentes.
Chego com força e entro pela porta estreita e molhada.
Se não aguenta o tranco, fuja para bem longe.
Só não me peça para ir devagar. Eu já nasci com asas...
Quando o corpo inflama, deixo queimar.
Vou para as montanhas num voo sublime.
Está em meu gene ser ave de rapina, ser intenso.
Minha segurança está nas alturas, pois eu voo desde que nasci.
Se quer me prender, não use anilhas, cordas ou coisas do gênero.
Deixe me livre que me sinto plenamente ligado, aceso, afoito.
Colo em teu corpo e me encaixo em tua alma como numa mágica.
Pelos meus poros, há um exsudar de lascívia, de loucura, de paixão.
Amor, não me peça para ir devagar. Não está em mim a lentidão.
Sou do tudo ou nada. Detesto o meio-termo, o chocho, o sem sabor...
Se estiver a fim, estou à tua espera. Não tenho hora para nada.
Gosto das estações e viajo pelos hemisférios num piscar de olhos.
Sou de explosões múltiplas e de sensações infindáveis no orgasmo.
Não me peça para ir devagar. Não diga que é impossível.
Aprendi a dançar com as intempéries. Sou fascinado por desafios.
Sou amante do gozo aos turbilhões e da pele suada, arranhada.
Vou entender o sinal quando você não aguentar mais.
Três tapas no solo e eu te darei uma trégua. Curta.
Quero que respire fundo e se prepare para novas sessões.
Só não me peça para ir devagar. Voar está em mim e eu amo fazê-lo.
Jossan Karsten
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