Análise Crítica do Documentário: Ilha das Flores x Estamira

Em Ilha das Flores, pude notar a troca de perfumes por dinheiro e dinheiro por perfumes. O lixo era desagradável e mantido pra longe. Localizava-se em Porto Alegre, onde é depositado o lixo, cercado de porcos e onde não existia nenhuma flor. Durante o documentário notam-se os porcos sendo alimentados e os seres humanos recolhendo lixo pra sua sobrevivência.

 Enfatiza a realidade em que os seres humanos se encontram em uma péssima situação, onde as pessoas se alimentavam depois dos porcos. Como é citado no documentário: ‘’os humanos apenas se diferenciam dos porcos pelo polegar opositor, pelo telencéfalo altamente desenvolvidos e por serem livres. ’’

 O dinheiro permaneceu sendo visto para a troca de diversas coisas. Foi dito no documentário: ‘’Quem troca tem riqueza, e os que nada possuem para trocar, no caso os catadores de lixo seguem para sobreviver. ‘’

 De maneira geral, ocorre a discussão acerca da pobreza, da fome e da exclusão social. Ele acompanha a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora. O documentário mostra o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. Ele mostra o quanto os seres humanos são desvalorizados pelo próprio homem. Além de tudo, retrata muito bem a situação dos brasileiros pobres que são considerados piores que porcos nesse país.

 Já no documentário Estamira é a própria contando os fatos que sucederam em sua vida.

Um dos catadores de lixo fala que seus cachorros são seus filhos e que os mesmos se alimentam melhor do que ele mesmo, e que no lixão não falta comida, só não encontra quem é preguiçoso.

Os filhos de Estamira tentaram tirar ela do lixão, Estamira então arrumou um emprego e voltando pra casa foi estuprada. Sempre foi muito religiosa, mas depois do estupro parou de ter fé. A fé se apagou de Estamira , por todo o sofrimento que passou.

 Sem se contaminar pelo capitalismo, Estamira cria seus filhos com valores e princípios vendo o lixão não como abandono, mas como um lar onde fez sua vida e sobrevivência.

Não podemos apenas olhar o lixo, e sim a vida e as relações da Estamira. Alguns dos moradores do Lixão são idosos como ela e também têm história de casos de alcoólatras, ou que foram abandonados pelos parceiros, ou não conseguem trabalho. Então, entende-se porque Estamira ficou melhor no lixão onde ela lá encontrava um ambiente de companheirismo e cumplicidade, de pessoas que tinham a vida parecida com a dela e viviam ali pra ganhar a vida.

O que poderia ser compreendido como algo negativo¸ Estamira transformou em algo positivo conseguindo não mais ver o dinheiro como sacrifício, mas como trabalho, quando ela diz: “Eu faço dinheiro, não é o dinheiro que me faz”, ela mostra ao dizer isso a importância do trabalho no lixão, a importância de não ser dependente  demais do dinheiro ¸ mas de continuar vivendo  sem depender tanto deste.

E é dos restos que muitas pessoas conseguem encontrar vida e alimento para sua sobrevivência. Estamira sempre foi de questionar tudo e parou de amar a Deus por diversos motivos, o principal foi logo após seu estupro. Estamira era simples, mal sabia ler e escrever, mas conseguia explicar tudo, completamente lúcida.

Concluo que ambos possuem em comum a abordagem do desperdício de comida, do lixo que pra uns são descartados e para outros se torna alimento e um meio de sobreviver, e a desvalorização do ser humano na Sociedade em que vive.

 No Documentário Estamira apresenta uma relação com a economia do Documentário Ilha das Flores quando Estamira diz que : ‘’no lixão é um depósito de restos, as vezes de descuido, economizar é maravilhoso e que quem economiza tem.’’

 O documentário Estamira fala sobre a desvalorização dos bens, o desperdício de comida , o questionamento da educação e sobre a Fé. E o Documentário Ilha das Flores  faz critica de como a economia gerou desigualdade entre todos os seres humanos, aborda o desperdício de comida, a produção de lixo e os alimentos impróprios para um porco que serviam de alimento para seres humanos necessitados.